Vida de Menina

6 coisas para NÃO fazer com sua adolescente

para não fazer com sua adolescente

Quando viramos mães, sem perceber, começamos uma lista de ‘coisas a fazer’ para o bem dos filhos. Em cada fase, uma nova lista. Ainda que mentalmente apenas. Na adolescência, não poderia ser diferente. Eu entrei nessa temporada com a lista mental ‘o que fazer para me dar bem e ter uma jornada tranquila e serena com minha filha’. A questão é que, em pouco tempo, percebi que não bastava fazer coisas, elaborar teorias, moldar nossos comportamentos, ensaiar falas e afins. Às vezes, o que precisamos fazer é… não fazer. E, aqui, montei mais uma lista. Dessa vez, o que não fazer – ou desistir – para ter uma fase bacana com minha pré-adolescente e com minha adolescente. Vamos lá!

Não queira saber tudo.
Com quem você está falando? Por que está rindo ao ler mensagem? Com quem ficou no intervalo da escola? Por que a Aninha não está mais no grupo? Essa sou eu! Gosto de saber, gosto de puxar conversa, gosto de estimular o diálogo. Mas já vi que minha língua solta nem sempre funciona. Adolescente precisa se sentir respeitada (e aqui não perguntar nada, muitas vezes, configura respeito) para se abrir à vontade e contar coisas banais, como com quem esteve no lanche da escola.

Não queira ter total controle.
Este tópico esbarra muito com o que escrevi acima. Precisamos dar um passo para trás nessa fase da vida das nossas filhas. Nunca vou conseguir ser totalmente desencanada e não perguntar nada. Mas é importante o exercício da discrição. Elas ainda são novas e vou infinitamente perguntar onde vão, com quem, como voltarão etc e tal. Mas sempre com a sabedoria de deixá-las acreditarem que elas decidiram parte da programação.

Não queira que seus hábitos sejam seguidos.
Não como sobremesa diariamente. Raramente me jogo num prato de massa. Faço ginástica seis vezes por semana, porque conheço o poder de crescimento do meu corpo. Mas, por mais que eu ensine minhas filhas a se alimentar de forma saudável e a cuidar do corpo sempre e para sempre, a adolescente já foi mordida pela fúria do doce no meio da tarde. Não raro, ela está enlouquecida em busca de um chocolate. A necessidade é física, é emocional, é tudo junto e misturado. Quem aqui já não comeu colherada de Nescau quando nada mais estava disponível? Espero que com o tempo, meus ensinamentos façam sentido. Mas hoje, não consigo obrigar ninguém a comer rúcula e quinoa.

Não queira que ela sonhe seus sonhos.
Aos 42 anos, sei bem qual é a importância de ir bem na escola, ler livros, ter múltiplos interesses, seguir planos com disciplina e convicção. Repito, tenho 42 anos. Não posso querer que uma adolescente de 13 anos e uma pré-adolescente de 11 reconheçam agora o valor da persistência e consigam enxergar lá frente. Para muitas coisas, elas têm noção de futuro. Mas para outras tantas, só o tempo, as frustrações e a maturidade dão jeito.

Não queira que ela tenha seu repertório.
Outro dia uma amiga disse que o marido quer filhos do século XVIII, daqueles invisíveis para os adultos. Com duas adolescentes em casa, ele anda tolerando mal as conversas bobas, as ideias fracas, os assuntos desconectados. Confesso que me identifiquei com ele. Não sou a melhor ouvinte quando minhas filhas querem falar de Felipe Neto e Whindersson Nunes. Torço para elas lerem Shakespeare e curtirem E o Vento Levou… e A Noviça Rebelde, meus filmes favoritos quando tinha 12 anos. Ou, ao menos, descobrirem algo bacana na atualidade. Mas, minha gente, os tempos mudaram. Os gostos são outros, o conteúdo que prende a atenção delas é outro. Insisto em filmes clássicos, ajudo na escolha de livros. E, sigo sonhando por um milagre com o passar da idade…

Não queira que ela torne cada minuto produtivo e interessante.
A razão das principais discussões aqui em casa é sempre a mesma: desgrude do celular e vá fazer algo útil. Cansei dessa briga. Não que eu pretenda largar mão. Nunca. Brigarei até o fim dos meus dias. Porém, admiti há pouco que, se eu não baixar a guarda e deixar um espaço de manobra para elas fazerem ‘nada’, nossos dias serão infernais. A gente tenta, a gente incentiva, a gente sugere, mas a adolescência é assim. Elas ficam no ócio, elas preenchem o tempo com coisas vazias, elas passam horas improdutivas. É fato. Nos resta estimular lenta e discretamente pelas bordas.

Temos também um dicas de como conviver com adolescente. Já conhece?