Café nunca fez a cabeça das minhas filhas. Elas sempre torciam o nariz e achavam a bebida amarga, sem graça e… sem propósito. Até pisarem no Starbucks. Turbinados com uma carga absurda de açúcar, cappuccinos, frappuccinos e caramelo macchiatos entraram no radar. Quando estão em casa, elas misturam caramelo, chocolate, açúcar e leite em uma ou duas doses de espresso. Minha preocupação sempre foi o excesso de açúcar.
Aprendi agora que o excesso de cafeína também pode ser um problema para adolescentes. Não só por mantê-los agitados e, à noite, acordados. Mas por poder causar arritmia e problemas cardíacos mais sérios. Estes alertas estão aparecendo com frequência uma vez que esta faixa etária é, estatisticamente, uma das que mais consome cafeína.
Recentemente, um adolescente de 16 anos teve uma parada cardíaca após consumir, em um período de duas horas, um café com leite grande, um energético (riquíssimo em cafeína) e uma lata de refrigerante com cafeína extra. Ele não tinha nenhum problema de saúde. Não era cardíaco. Ele não usava drogas nem bebia álcool. A substância que matou o jovem americano foi a cafeína.
Este episódio reacendeu, nos Estados Unidos, a discussão sobre os riscos da cafeína para adolescentes. Quanto é perigoso? Quando é perigoso? Deveria ser proibido? Não há razão para pânico nem para proibição, acreditam os especialistas. Mas é uma boa oportunidade para monitorar a quantidade sim.
A cafeína é um estimulante que atua diretamente no sistema nervoso central. Ela espanta temporariamente o cansaço e faz o cérebro acordar. Por isso, é a bebida escolhida pela manhã e após o almoço, quando o corpo pede uma carga de energia para espantar o sono. Além disso, a cafeína também acelera o coração e eleva a pressão arterial. Todas estas situações que não podem ser levadas na brincadeira.
De acordo com a Academia Americana de Pediatria, um adolescente (12 a 18 anos) não deve ingerir mais de 100 mg de cafeína por dia. Isto equivale a uma xícara grande de café, duas xícaras grandes de chá ou 3 latas de refrigerante. Para termos de comparação, uma lata de energético pode conter até 500 mg de cafeína.
Enquanto alguns adolescentes tomam café ou energéticos para ficarem acordados e estudar, muitos fazem com o objetivo de aumentar a diversão. Este é o propósito citado acima! É aí que mora o perigo. Eles misturam álcool com energético, no famoso kit balada. O energético, segundo os adolescentes, os mantêm ‘acordados e animados’, enquanto o corpo naturalmente perde ânimo e se deprime com bebidas alcóolicas. O resultado é desastroso: mais tempo na balada, mais álcool ingerido, mais risco de algum mal à saúde acontecer.
Fonte: Universidade de Michigan
Você já ouviu falar no kit balada? Nossas filhas já!
Atualizado em 10/09/2019.