Não conheço uma mãe que esteja feliz da vida com a independência e autonomia do filho adolescente. E os relatos são assustadoramente semelhantes. A maioria dos jovens não acorda sozinha para ir à escola, não prepara uma única refeição, não consegue organizar a agenda (nem o quarto!) e não tem iniciativa para cuidar de uma gripe ou tomar um remédio.
De quem é a culpa? Das mães e dos pais! Sempre. Esta é a conclusão de uma pesquisa realizada pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, com quase 900 famílias, com filhos entre 14 e 18 anos.
O estudo sugere que, nessa fase de transição que é a adolescência, os pais deveriam preparar os adolescentes para uma vida adulta mais independente. Porém, não é o que ocorre na maioria das casas. Os pais não largam mão do comando e, em geral, os filhos só queixam quando convém.
Em defesa a essa atitude, os pais entrevistados alegam que os filhos não têm maturidade, tempo ou sabedoria para assumir tanta responsabilidade. Tomar as rédeas e fazer o que precisa ser feito é, segundo eles, mais rápido e eficiente.
Os pesquisadores confirmam o que já sabemos – e nem sempre conseguimos colocar em prática:
– O excesso de envolvimento dos pais impede que os adolescentes ganhem experiência e segurança para alcançar a independência.
– Ao proteger os filhos de todos erros e frustrações, os pais os impedem de crescer e amadurecer.
– Dar suporte e apoio quando algo vai mal é o papel dos pais, assim como aproveitar a oportunidade para ensinar e, eventualmente, punir.
Uma filha solta, pela primeira vez, no metrô de São Paulo.
Atualizado em 09/08/2019.