O turbilhão entre a infância e a adolescência
Ela bate o pé quando quer algo, fala alto para defender ideias, grita para se impor com os irmãos, argumenta incansavelmente para ganhar mais liberdade, mais autonomia, mais independência. Essa é minha filha mais velha, com 13 anos de idade. Quem a ouve pensa estar diante de uma adolescente de 15 anos. Tem coerência, tem rapidez no raciocínio, tem uma fala articulada. Diante disso – e com dois irmãos mais novos -, eu a vejo grande. E a trato como uma pessoa grande. E muitas vezes me esqueço que estou diante de uma criança. O Estatuto da Criança e do Adolescente não concorda. Para ele, quem tem doze anos completos já é adolescente. Ah, só no papel! E na ambivalência, quando sentimentos e ideias opostos, mas igualmente intensos, ocupam a mesma pessoa.