A presença do smartphone é o suficiente para reduzir a capacidade cognitiva disponível no momento. Ou seja, o telefone consome recursos que poderiam ser usados para se concentrar, manter atenção, fixar a leitura. Esta é a conclusão de um estudo publicado em um dos periódicos da Universidade de Chicago.
Dirigir e usar o celular simultaneamente é seis vezes mais perigoso que dirigir sob influência do álcool. E, um em cada 4 acidentes de carro nos Estados Unidos é causado pelo uso do telefone ao volante. Estes dados são do National Highway Traffic Safety Administration, órgão americano dedicado à segurança no trânsito.
O celular nos conecta com o mundo e nos isola cada vez mais das relações sociais. Sabemos tudo que acontece com a amiga na Austrália, com a duquesa em Londres, com Neymar em Paris. Mas não conseguimos manter um diálogo sem checar o celular durante as refeições. Sherry Turkle, socióloga do MIT, estuda o impacto da tecnologia nas interações humanas, há 30 anos, e alerta que o uso excessivo do telefone mina nossa capacidade de ter empatia e intimidade com o outro.
Eu poderia citar dezenas de estudos e livros que mostram os efeitos nocivos do celular em nossas vidas e nas vidas de nossas filhas. Mas acho desnecessário. Nós já sabemos. O desafio é descobrir o jeito de fazer com que estes adolescentes desliguem o celular, se desconectem do mundo virtual e se conectem com o aquilo que está ao seu lado, pessoas, livros, ócio.
A cena é essa em todos os lugares. Todo mundo conectado, grudado e, simultaneamente, desligado de tudo mais. Todo mundo online, antenado e, simultaneamente, incomodado com a situação.
Aí, eu me pergunto: eu peço para minhas filhas desligarem o celular? Eu faço regras e as mantenho? Eu consigo não abrir uma mensagem se ela chega durante o jantar? Eita que não está fácil responder sim para todas as questões. Aproveito, então, o gancho para começar uma campanha dentro da minha casa e espero inspirar outras pessoas.
DESLIGUE O CELULAR.
A ideia não é ser chata, autoritária, ativista contra o celular. Até porque, precisamos dele, dos aplicativos, das conexões. Mas convido cada um a encontrar o jeito e o momento de falar DESLIGUE O CELULAR.
Eu adoro conversar com meus filhos no carro, no trânsito de São Paulo. Considero esse tempo precioso, quando eles falam do dia, dos amigos, da vida. Também não abro mão do diálogo durante as refeições. Ou melhor, não abro mão da possibilidade do diálogo. Ainda que ele não aconteça, à mesa, celulares são desligados.
E você? Quando você vai falar DESLIGUE O CELULAR na sua casa?
Conheça aqui o manual do primeiro celular.
Atualizado em 05/06/2019.